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GRAMINEAS PERENES
GRAMINEAS PERENES

Elefante Paraíso

Pennisetum purpureum x Pennisetum glaucum cv. Paraíso Matsuda
(CAPIM ELEFANTE PARAÍSO)



Nome científico: Pennisetum glaucum x Pennisetum glaucum
Cultivar: Paraíso Matsuda
Origem: Estados Unidos
Fertilidade do solo: Alta
Forma de crescimento: Touceira ereta
Altura da planta: Até 3,0m
Utilização: Pastejo direto, silagem e forragem verde picada
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Mínimo de 1.200 mm anuais
Tolerância à seca: Média
Tolerância ao frio: Alta
Teor de proteína: 8% no inverno e 18% no verão na MS
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 30 a 50t/ha/ano de matéria seca (MS)
Solos úmidos: Baixa tolerância
Altitude tolerável: Do nível do mar até 2.500m
Consorciação: Todas as leguminosas, principalmente as de hábito trepador
Primeiro corte: Após 90 a 100 dias após a germinação
Altura de corte: 20 a 50cm de altura. Quanto mais alto melhor
Intervalo de corte: a cada 70 dias

Adubação de cobertura: após cada corte aplicar pelo menos 80kg/ha de nitrogênio e a cada 20t de forragem verde repor 160kg/ha de KCl

INTRODUÇÃO

      O híbrido hexaplóide Paraíso Matsuda é resultado do cruzamento do pasto  elefante (Pennisetum purpureum Schum.) com o milheto (Pennisetum glaucum (L.). Este cruzamento agregou a qualidade nutricional do milheto com o potencial de alta produção de forragem do capim elefante. Esse híbrido foi  obtido  através da duplicação de cromossomos por meio de uma substância química denominada Colchicina, que promove o rompimento citoplasmático no momento da meiose, tornando viáveis o cruzamento e obter híbridos superiores, inclusive plantas que produzem sementes viáveis.
      O capim elefante híbrido foi introduzido no Brasil em 1995, pela MATSUDA. Desde esta época diversos trabalhos de pesquisas nas áreas de melhoramento genético, fisiologia vegetal, valor nutritivo da forragem, formas e modos de conservação da forragem, manejo da planta sob cortes e pastejo, adaptação aos diversos solos brasileiros, respostas a vários níveis de nitrogênio, fósforo e potássio e ainda, métodos de utilização da forragem, todos os trabahos foram feitos pelos  técnicos da Matsuda, além de convênios com centros renomados de pesquisas (Universidades Federais, Estaduais e Particulares, Institutos de Pesquisas, etc) e também em propiedades particulares.

PLANTIO

a) Preparo do solo

      Antes do preparo de solo recomenda-se amostragem do solo para análises. Com os resultados procure um técnico capacitado para fazer as recomendações de calagem e adubação, respeitando a exigência do capim elefante Paraíso aos resultados obtidos.

     O calcário deve ser aplicado no solo pelo menos 60 a 90 dias antes do plantio das sementes, para que tenha de reagir no solo, neutralizando o alumínio tóxico e elevando o pH. A incorporação deste calcário deverá ser o mais profundo possível. Recomenda-se para esta incorporação o uso de arado ou grade aradora. Para quantidade superiores a 3t/ha, os melhores resultados são obtidos com o parcelamento da aplicação, metade antes da aração e a outra metade depois da primeira gradeação.

     O preparo de solo deve ter como objetivo eliminar a vegetação existente, eliminar as ervas daninhas e preparar o terreno para que as sementes germinem e se desenvolvam normalmente. Se houver problemas com compactação, este também deve ser eliminado. Para estas operações diversos equipamentos podem ser utilizados tais como arado, grade aradora, grade niveladora, subsolador, etc.
     O fertilizante fosfatado normalmente utilizado no plantio, pode ser aplicado antes da última niveladora, ou durante o plantio, podendo ser inclusive misturado com as sementes, desde que utilizado no mesmo dia.

b)    Distância entre as linhas de plantio:
A finalidade de uso é que define a distância entre as linhas de plantio:
- se vai ser utilizado como pasto de corte e o corte é mecânico, para fornecer forragem verde picada, para silagem, o espaçamento deve ser de: 0,80 a 1,00m
- se vai ser utilizado como pasto de corte e o corte é manual, para fornecer forragem verde picada, para silagem, o espaçamento deve ser de: 0,50 a 0,70m


c)    Plantio:
- Plantio mecânico:

Pode ser feita com plantadeiras de diversas marcas e modelos, desde que permita uma distribuição uniforme das sementes e a profundidade de plantio não exceda 0,5 a 1,0cm. As sementes podem ser misturadas com fertilizantes fosfatados, desde que a mistura seja utilizada no mesmo dia. Nunca utilizar fertilizantes nitrogenados e potássicos junto com as sementes, no plantio estes nutrientes também não devem estar em contato com as sementes.
Para facilitar o processo de plantio sugerimos que as sementes ou mesmo a mistura de sementes+fertilizantes sejam colocadas no reservatório de adubo e não na caixa de sementes. Isso facilita o escoamento das sementes durante o plantio.
- Plantio semi-mecanizado:
Esse tipo de plantio é feito com uma plantadeira para distribuir o fertilizante na linha de plantio e em seguida as sementes são semeadas manualmente nos "sulcos" deixados pela plantadeira. Neste caso cuidado com a incorporação das sementes e a profundidade de plantio. A incorporação das sementes pode ser feita manualmente se a área for pequena ou com o rolo compactador se a área for grande.
-    Plantio manual:
O plantio manual é recomendado para áreas pequenas e consiste em estender uma linha no solo para marcar onde será o "sulco" de plantio. Na verdade se for feito um sulco há o risco das sementes ficarem muito profundo no solo comprometendo a sua germinação. Neste processo é importante cobrir as sementes após a semeadura, pode ser feito com os pés ou um rolo compacatador pequeno.


MANEJO DA PASTAGEM

PASTO DE CORTE - FORRAGEM VERDE PICADA

        Os cortes no capim elefante Paraíso devem iniciar quando as plantas estiverem bem estabelecidas, com um bom desenvolvimento do sistema radicular, isso deverá ocorrer cerca de 90 a 100 dias depois da germinação das sementes.
Depois deste primeiro corte é importante a adubação de manutenção, ou seja, a aplicação de pelo menos 80 kg/ha de nitrogênio e 160 kg/ha de KCl a cada 20t de forragem verde produzida. Esta adubação deverá ocorrer durante o período chuvoso.
Após este primeiro corte os seguintes serão realizados em intervalos de 70 dias aproximadamente.  Estes cortes dependem exclusivamente do fator climático (luz, temperatura e água). A adubação de manutenção / cobertura poderá ser dividida a cada corte.


PASTO DE CORTE - PARA ENSILAGEM

       Igual que a recomendação anterior, o primeiro corte deverá ser feito após 90 a 100 dias da germinação das sementes e depois em intervalos de 70 dias aproximadamente. A adubação de manutenção deve ser a mesma que foi recomendada anteriormente e nas mesmas condições.
        A altura de corte das plantas do cultivar Paraíso deve ser em torno de 30 a 40 cm do solo. Esta altura é a que mais favorece a rebrota do capim. O corte para silagem deverá ser o menor possível, sendo 2 a 3 cm o recomendado, pois isso facilita o processo de compactação, que é um dos segredos de sucesso na confecção de silagem de forrageira.
Para melhorar a qualidade da silagem recomendamos o uso de aditivos que auxiliam no processo de fermentação e diminuem os riscos durante o processo de confecção. O problema consiste na baixa porcentagem de matéria seca das pastagens. A outra opção é utilizar produtos que absorvem a umidade e aumentam a porcentagem de matéria seca, como são os casos de farelos de milho, farelo de soja ou de qualquer outro grão

PASTEJO DIRETO

 
      No caso de pastejo direto a recomendação é a mesma, isto é, devemos colocar os animais quando as plantas já estiverem devidamente fixadas no solo, com um bom desenvolvimento do sistema radicular. A partir de 90 dias da germinação das sementes já podemos averiguar a possibilidade de colocar os animais para pastejo.
É importante que o pastejo seja de forma intensiva, onde o pasto tenha um período de 1 a 5 dias de pastejo e outro período de 30 a 35 dias de descanso. Estes dias podem variar, tanto nos dias de uso como nos dias de descanso, dependendo sempre do fator climático e do nível de fertilidade do solo. Por isso é importante também a adubação de manutenção conforme já citado anteriormente.

PRODUÇÃO DE FORRAGEM

    A produção de forragem do capim elefante Paraíso varia em função da idade da planta, conforme citado no Quadro 1. O rendimento forrageiro, quando a planta possui 35 dias de idade é de 5,2t/ha de matéria seca, possui cerca de 19,2% de proteína bruta e digestibilidade de 66,5%. Palntas com 105 dias a produçaão de forragem é de 14,5 t/ha de matéria seca por cada corte, mas o teor de proteína abaixa para 10,2% e a digestibilidade para 58,5%.

 QUADRO 1 - Altura da planta, produção de matéria seca (PMS t/ha), teor de proteína bruta (% PB), fibra detergente neutra (% FDN) e digestibilidade "in vitro" da materia seca (% DIVMS) da forragem do capim elefante Paraíso em quatro idades de rebrota (VILELA et al, 2001).

 

 Nas idades superiores a estas, o valor nutritivo é menor, mesmo que se obtenha altíssima produção de forragem. Pode verificar no quadro 1, que o valor nutritivo da planta diminui progressivamente com a idade da planta. Analizando eses resultados, pode-se concluir que a idade recomendável dos cortes para confecção de silagem é em torno de 100 dias, onde se obtém maior quantidade de forragem digerível por hectare.

Com uma boa fertilização e irrigação, pode-se obter 4 a 5 cortes por ano, com uma produção de forragem total de 210 t/ha/ano de matéria verde. O primero corte sempre deve ser feito em torno de 90 dias depois  da germinação das sementes, para  obter o enraizamento satisfatório.



 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Pennisetum purpureum x glaucum Paraíso Matsuda
Elefante Paraíso
 

Áries

Panicum maximum cv. Áries

Nome científico: Panicum maximum Jacq.
Cultivar: Áries
Registro no SNPC/MAPA: 16058
Cultivar Protegido sob o no: 21806.000674/2003-60 em 26/05/2003
Certificado de Proteção: 00500
Fertilidade do solo: Alta

Forma de crescimento: Touceira cespitosa de porte baixa
Altura: De 1,2m a 1,5m
Utilização: Pastejo direto, fenação e silagem
Digestibilidade: Alta (70% "in vitro")
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Muito boa
Tolerância ao frio: Boa
Teor de proteína: 10 a 15% na MS (Matéria Seca)
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 18 a 20 t/ha/ano de matéria seca
Solos úmidos: tolera solos mal drenados
Consorciação: Todas as leguminosas


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

É uma gramínea cespitosa de ciclo perene, com altura entre 1,2 a 1,5m (planta de porte baixo), alta intensidade de perfilhamento basal e axilar, colmo fino, comprimento do internódio curto, colmo com pouca cerosidade, folha sem pilosidade na bainha, comprimento da lâmina curto de coloração verde clara.

O período de florescimento é indefinido e seu ciclo é precoce, fazendo com que a planta floresça diversas vezes ao ano. Este florescimento indeterminado permite a planta manter suas qualidades nutricionais, mesmo florescidas.

 

ORIGEM

O cultivar híbrido de forrageira Áries foi obtido de cruzamento artificial, realizado no ano de 1993, em casa-de-vegetação pela Matsuda, cruzando linhagens sexuadas de Centauro (fêmea) com Aruana (material comercial lançado pelo IZ). No ano seguinte houve a seleção de genótipos superiores, em progênies segregantes para apomoxia e sexualidade. Em 1995 foram realizados os testes de progênie para separar os híbridos F1 apomíticos dos híbridos F1 sexuais.

Foram montados experimentos em Álvares Machado-SP, Mirante do Paranapanema-SP e Jateí-MS, nos anos de 1996 a 1999, para selecionar os melhores híbridos F1 apomíticos, verificando os cultivares com os melhores caracteres morfo-agronômicos e os de melhor valor nutritivo. Selecionaram-se também os híbridos de melhor comportamento quanto à tolerância ao encharcamento periódico (solos mal drenados).

Em 2000 e 2001, este novo cultivar foi avaliado com animais verificando a capacidade de suporte, resistência ao pisoteio, potencial de rebrota, persistência, tolerância à seca, potencial de produção de sementes, etc.

 

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Apesar de seu porte baixo o Áries é um cultivar de P. maximum bastante exigente em fertilidade de solo. A sua principal característica é apresentar talos e folhas finas, com altíssima digestibilidade e excelente qualidade nutricional.

A sua rebrota após o corte ou pastejo é bastante rápida, apresenta após este manejo um aumento do número de perfilhos, é caracterizado por apresentar várias épocas de florescimento, fator este que permite o fechamento da área (sementes germinam originando novas plantas, melhorando o stand da área), apresenta boa resistência ao período seco e também suporta por vários dias solos úmidos, que apresentam má drenagem.

Pode produzir em torno de 1.200kg/ha/ano de sementes com VC 20% (quantidade obtida em três colheitas ao ano).

 

UTILIZAÇÃO E MANEJO

O cultivar Áries por sua excelente digestibilidade (70% "in vitro") é recomendado para animais altamente seletivos, tais como: eqüinos, ovinos, caprinos e bezerros recém desmamados.

Recomendamos sempre respeitar um período de descanso ao pasto após o corte ou pastejo pelos animais, suficiente para permitir sua rebrota, porém sem deixar "passar" ou amadurecer, ou seja, evitar que fique fibroso e lignificado. Um a cinco dias de pastejo por 25 a 30 dias de descanso é a média de utilização deste pasto, durante o período chuvoso e quente.

Na seca estes períodos variam de acordo com as condições climáticas, mesmo que o Áries apresente excelente desenvolvimento e adaptação nesta época.

Pode ser utilizado em pastejo direto pelos animais e também em cortes para silagem ou fenação. Pode produzir em média 20t/ha/ano de matéria seca.

Não foi observada presença de cigarrinha-das-pastagens nas várias áreas testadas. Este cultivar, por se tratar de Panicum maximum, pode ser infestado por Claviceps e/ou Ustilago, afetando assim a produção de sementes.

Em 2001 e 2002, foi realizado no sítio Santa Sofia, em Álvares Machado-SP, em solos podzólicos corrigidos e adubados de acordo com os resultados de análise do solo, testes com novilhos em pasto de Áries para averiguar o ganho de peso, obtendo os seguintes resultados:
        
Avaliação de ganho de peso de animais nelores em pastejo de piquetes estabelecidos com o Áries, durante dois períodos do ano, avaliando também a capacidade de suporte.


Experimento realizado na Matsuda, com o cultivar Áries, avaliando ganho de peso de ovinos, durante dois períodos do ano, em pastagem rotacionado.

 

QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Panicum maximum abaixo e a fórmula:

FATOR  = kg/ha de sementes
   VC



As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
 
Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma plantadeira de grãos em linha e sementes com VC de 30%.


FATOR =  180  = 6,0 kg/ha de sementes de VC 25%
  VC          30

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Panicum maximum Áries Áries

 

Carajás

Pennisetum purpureum x Pennisetum glaucum
(CAPIM ELEFANTE CARAJÁS)



Nome científico: Pennisetum purpureum x Pennisetum glaucum
Nome da cultivar: Carajás
Exigência em fertilidade do solo: Alta
Forma de crescimento: Touceira ereta
Forma de utilização: Pasto para corte (verde moído ou silagem)
Altura da planta: Até 3,4m
Teor de proteína: Até 15% na matéria seca
Digestibilidade: Até 65% ("in vitro")
Produção de forragem: 45t/ha/ano em 3 cortes a cada 100 dias
Estabelecimento: Por sementes sexuais
Ciclo vegetativo: Perene - ciclo de florescimento 4 meses


INTRODUÇÃO


    A pecuária continua sendo uma das principais atividades econômicas do Brasil e as pastagens ocupam uma das maiores áreas cultivadas no país, aproximando-se de 100 milhões de hectares. Mais de 70% dessas pastagens estabelecidas são de Brachiaria, principalmente pelas características de exploração, de clima e tipo de solo.
    Muitos produtores ainda exploram a atividade pecuária de modo extrativista, em solos de baixa fertilidade e exauridos, geralmente arenosos, adotam o monocultivo de pastagem, e cada vez mais, localizadas em áreas marginais das propriedades, uma vez que as áreas mais nobres estão sendo ocupadas por outras culturas como a soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, etc.
    Por outro lado temos produtores que estão se especilaizando cada vez mais em sua atividade, seja na engorda de animais, na cria e até mesmo na produção de leite, investindo em pastagens, em genética e em técnicas de produção. Um dos problemas na pecuária tropical é a sazonalidade na produção de forragem, onde temos uma alta produção no período mais quente e chuvoso do ano e baixa produção no período mais seco e frio. Essa característica de produção de forragem de nossas pastagens tropicais, comprometem toda a produção animal, se a atividade não for bem administrada e planejada. Assim, uma das alternativas para dispôr de alimento neste período crítico do ano, é guardando a alta produção de forragem do período chuvoso, em forma de silagem e feno, para o período mais seco e frio.
    Desse modo, na pecuária moderna e em propriedades tecnificadas, é importante manter uma área com pastagem de corte, servindo de fonte de forragem para ser cortada, picada e oferecida aos animais ou guardadas em forma de silagem ou fenos, para a época mais crítica do ano. As culturas mais utilizadas para essa finalidade são a cana-de-açúcar, as pastagens do gênero Panicum (Tanzânia-1, Mombaça, etc) e Pennisetum (capim elefante).


OBJETIVO


    Com o intuito de atender o mercado de pastagens para corte, a Sementes Matsuda, tem nos últimos anos selecionado cultivares de capim elefante de alta produção de forragem, de boa qualidade nutricional e que pudesse ser estabelecido através de sementes.
    O primeiro resultado desse trabalho foi o cultivar Paraíso-Matsuda, registrado pela empresa no RNC/MAPA em 1999, derivado de uma seleção feita na população originário do cruzamento inter-específico entre o Pennisetum purpureum (capim elefante) x Pennisetum glaucum (milheto).
    O segundo cultivar selecionado para o mercado de pastagens de corte, pela Sementes Matsuda, é o CARAJÁS, que é estabelecido por sementes, apresenta boa produção de forragem e um bom valor nutritivo, características desejáveis para um pasto de corte.


OBTENÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO CARAJÁS


    O cultivar Carajás é originário de seleção recorrente, por três ciclos consecutivos, de diversos acessos obtidos do cruzamento inter-específico entre Pennisetum purpureum  x Pennisetum glaucum.
    No ano agrícola 1999/2000 foi selecionado 200 indivíduos (plantas) dentro de uma população de 10.000 plantas do cultivar Paraíso-Matsuda, também resultante do cruzamento entre o P. purpureum e P. glaucum. A seleção foi embasada em plantas semelhantes a diversos caracteres morfo-agronômicos (altura de planta, número de perfilhos, comprimento e largura de folhas, diâmetro de colmo, relação folha/haste, comprimento de internódio, comprimento de haste da inflorescência, comprimento da inflorescência e ciclo de florescimento); em seguida a identificação de cada planta selecionada e coleta de sementes destas mesmas plantas em sacos especiais de colheita. Em seguida, foi realizada a análise das sementes coletadas, em laboratório para determinação de diversos parâmetros de qualidade (pureza física, número de sementes por grama, germinação, viabilidade em tetrazólio e teste de vigor). Após a obtenção destes dados, retorno às plantas identificadas no campo, seleção daquelas com os melhores resultados para as características de sementes acima citadas e realização de sua propagação vegetativa (através de frações de colmos com pelo menos duas gemas).
    No ano agrícola 2000/2001 foi realizado a reconstituição da população através de mistura equitativa dos descendentes dos indivíduos selecionados na geração anterior. Foi feito o plantio da população reconstituída em campo isolado, com intercruzamento livre e em seguida a seleção de novos indivíduos. Desses, a colheita e análise de amostras de sementes, de maneira semelhante à realizada na geração anterior.
    Em 2001/2002 uma nova reconstituição da população, com uso de metodologia semelhante ao processo anterior.
    Os ensaios de avaliação do cultivar Carajás foram feitos em cinco locais diferentes, durante três anos consecutivos (anos agrícolas 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005), conforme as normas exigidas pelo VCU (Valor de Cultivo e Uso) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Em todos os locais, Álvares Machado-SP,  Presidente Bernardes-SP, Jateí-MS, Mateiros-GO e São Desidério-BA, o cultivar Carajás foi comparado com o cultivar Paraíso-Matsuda. Nos ensaios realizados, o Carajás mostrou-se semelhante ao Paraíso-Matsuda, nas seguintes características:
- Altura de planta
- Número de perfilhos
- Diâmetro de colmo
- Teor de proteína bruta na folha
- Teor de proteína bruta no colmo
- Digestibilidade "in vitro" de folha e colmo
    O Carajás foi superior ao Paraíso-Matsuda por ter maior produção de matéria seca (ton/ha) e maior produção de proteína bruta por área (kg/ha). Outra vantagem do Carajás foi apresentar plantas mais uniformes que o Paraíso-Matsuda, com touceiras mais homogêneas. A qualidade das sementes produzidas pelo Carajás também são superiores ao Paraíso-Matsuda, apresentando melhor germinação e maior vigor.
    No ano 2005/2006 a estabilidade fenotípica foi confirmada com o plantio de campos estabelecidos com sementes colhidas no ano agrícola 2004/2005. A estabilidade permaneceu elevada, indicando que não houve alteração na base genética da população avalizando a estabilidade, a herdabilidade e a distinguibilidade do cultivar Carajás.
    O Carajás é uma planta com hábito de crescimento ereto, formando touceiras densas, vigorosas e com bastante perfilhos. São plantas com 2,0 a 3,0m de altura, possui colmos de diâmetro médio em torno de 3 a 4cm, com pouca cerosidade sob a bainha, os internódios são curtos a médios e coloração verde. As folhas apresentam bainhas de coloração verde-amarela, com baixa pilosidade e as lâminas foliares são semi-eretas e de comprimento longo. As lâminas foliares possuem largura média entre 5 a 8cm e florescem geralmente no final do período chuvoso. A produção de sementes do Carajás foi entre 150 a 250kg/ha.


RESULTADOS OBTIDOS NO CAMPO


    O cultivar Carajás após três anos de seleção apresentou uma população bastante homogênea e um comportamento esperado a campo, principalmente quando todos as exigências nutricionais são cumpridas com a correção e adubação do solo.
    Foram realizados ensaios de produção de forragem nos cinco locais de avaliação, com três cortes durante o período chuvoso, ocorridos a cada 4 a 5 semanas e dois cortes no meio e no final do período seco. O corte foi feito entre 10 a 15cm do solo.




Média de MS acumula em cada período, média de três anos de avaliação

    A correção e adubação do solo foi realizado de acordo com os resultados da análise de solo, pois o Carajás, assim como qualquer cultivar de capim elefante, é bastante exigente e necessita desta fertilidade para manter a sua produção de forragem e qualidade niutricional.

    De acordo com os resultados obtidos, o Carajás pode ser recomendado para o plantio em regiões tropicais, onde a preciptação mínima anual é de 800mm e a temperatura média anual de 25oC. Também pode ser recomendado para regiões onde a temperatura mínima fique acima de 15oC.

Teor de proteína bruta na matéria seca, do cultivar Carajás, obtido em várias regiões em dois períodos distintos (chuva e seca)


RECOMENDAÇÕES DE USO


    O cultivar Carajás foi avaliado também para aceitação pelos animais, tendo a avaliação positiva para todas as espécies de animais avaliadas, com bom destaque para bovinos de leite e de corte.
    Por se tratar de um cultivar que necessita de solos de boa fertilidade ou devidamente corrigidos e adubados, recomendamos a coleta e análise do solo antes do plantio. Para as recomendações de calcário e fertilizante procure um Engenheiro Agrônomo.
    Para o estabelecimento de um pasto de corte do cultivar Carajás, utiliza-se 2,4 kg/ha de sementes puras e viáveis, quantidade essa que pode variar de acordo com as condições de plantio (preparo de solo, controle de ervas daninhas, clima, correção e adubação do solo, etc). Recomendamos o plantio em linha, espaçadas de 1,0 a 1,2m, de acordo com o equipamento de corte, a uma profundidade não mais que 1,5cm. Essas sementes devem ser incorporadas após o plantio, melhorando as condições de germinação.
    A degradação do pasto de corte e a manutenção da produtividade, podem ser evitadas e mantidas respectivamente, através de adubação nitrogenada e potássica após cada corte e também através de adubação de manutenção de acordo com os resultados da análise de solo.
    O Carajás pode ser oferecido in natura e picado no cocho dos animais ou em forma de silagem. A confecção de silagem é uma ótima alternativa porque pode ser armazenado para as épocas mais críticas do ano. Para ensilar o Carajás, recomendamos picar a forragem em partículas pequenas de 2 a 3cm, isso facilita e melhora a eficiência da compactação, que é um dos segredos para se obter uma boa fermentação e consequentemente uma silagem de boa qualidade.


USOS ALTERNATIVOS


    Resultados de pesquisas recentes, em fase final de comprovação, revelam o excelente potencial do Carajás como matéria prima industrial e energética. Na área industrial pode ser utilizado para a produção de celulose-papel e congêneres. Com base na elevada produção de matéria seca (39 - 46 t/ha/ano), elevado teor de celulose na matéria seca (44,3%) e excelente qualidade de fibra (de tamanho médio a longo).
    A outra alternativa é a geração de energia elétrica, através da combustão da matéria seca que aquece a água, gerando a produção de vapor sob alta pressão que aciona geradores elétricos. A utilização é baseada na elevada produção de matéria seca, de elevado poder calorífero durante a combustão (4.500 kcal/kg) e elevado teor de lignina (22,9%) que é um dos componentes altamente combustível.

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Pennisetum purpureum x glaucum Carajás Carajás

Decumbens

Brachiaria decumbens cv. Basilisk
( BRAQUIARINHA, DECUMBENS )


Nome científico: Brachiaria decumbens Stapf. Prain.
Cultivar: Basilisk (CIAT 606 - IRI 822 - BRA 001058)
Fertilidade do solo: Média e baixa
Forma de crescimento: Touceira decumbente
Altura: 0,6 a 1,0m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação
Digestibilidade: Boa
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Boa
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 6 a 10% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 8 a 12 t/ha/ano de matéria seca (MS)
Cigarrinha das pastagens: Susceptível
Consorciação: Todas as leguminosas


ORIGEM


A Basilisk é o cultivar de forrageira, do gênero Brachiaria, mais conhecida e um dos mais utilizado em todo o mundo. Este cultivar é originário da semente (CPI 1694) introduzida da Austrália, proveniente do Departamento de Agricultura de Uganda, em 1930. Em 1973 foi liberada comercialmente na Austrália.

Originário do platô dos Grandes Lagos em Uganda foi introduzido no Brasil pelo antigo IPEAN (Instituto de Pesquisa Agropecuária do Norte - atual EMBRAPA).


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Gramínea de hábito decumbente, bastante enfolhada, formando denso relvado de até 100cm de altura. Folhas muito pubescentes e inflorescência racimosas contendo racemos com fila dupla de sementes também pubescentes, ráquilas em ziguezague e finas.

As plantas são robustas, geniculada em alguns nós inferiores e pouco radicante. Os rizomas apresentam-se na forma de pequenos nódulos e emitem grande quantidade de estolões, bem enraizados e com pontos de crescimento protegidos (rizomas e gemas axilares).


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

A sua difusão deu-se de forma acentuada, devido à boa produção e germinação de suas sementes, a alta produtividade em solos ácidos e de baixa fertilidade, com ótima adaptação a solos de cerrado, alta agressividade na competição com a vegetação nativa, elevada disseminação pela semeadura natural, formação de populações exclusivas, dispensando roçadas freqüentes e elevada persistência. Nas áreas cultivadas é considerada uma invasora de difícil controle.
 
A decumbens recupera-se rapidamente após o pastejo e a queimada, além de apresentar boa tolerância ao sombreamento.

Mesmo com boa tolerância a solos ácidos, responde bem a adubação e tem alto potencial produtivo em solos férteis. Não tolera solos inundados e é suscetível a cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta e Zulia entreriana). Cresce bem no verão, porém tem sua produção afetada por baixas temperaturas, sofrendo bastante com geadas. A cobertura do solo é rápida, quando se utiliza uma boa densidade de semeadura. Esta característica permite uma boa proteção contra erosões do solo, sendo este material recomendado para áreas de declive acentuado.



UTILIZAÇÃO E MANEJO

Esta espécie pode ser utilizada em pastejo direto pelos animais, servindo-se também para confecção de silagem e fenação. Bovinos em regime de engorda e cria conseguem boa produtividade neste pasto. Não recomendamos para eqüinos, ovinos e caprinos.

Recomendamos que bezerros recém desmamados também não sejam colocados para consumir esta pastagem, pois, dependendo da região poderá apresentar problemas de fotossensibilização, devido à ação do fungo Pythomyces chartarum. Com um manejo adequado, evitando acúmulo de folhas mortas, através do aumento da intensidade de pastejo, podemos evitar ou diminuir a intensidade da doença.

Em bezerros desmamados, devido o estresse do desmame, associado à idade do animal, predispõem o aparecimento da fotossensibilização. Neste caso recomendamos a retirada dos animais da decumbens, colocando-os em áreas sombreadas de outras cultivares e o uso de dessensibilizantes auxilia na recuperação destes animais.

A decumbens como uma espécie susceptível às cigarrinhas não deve ser estabelecida em regiões com histórico deste inseto.


QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:

FATOR  = kg/ha de sementes
   VC


As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.

Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada.

Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma plantadeira de cereais e sementes com VC de 32%.


FATOR = 280 = 8,75 kg/ha de sementes de VC 32%
   VC        32

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria decumbens Basilisk Decumbens

MG 4

Brachiaria brizantha cv. MG-4
(MG-4)


Nome científico: Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf.
Cultivar: MG-4 (CIAT 26646)
Fertilidade do solo: Média a baixa
Forma de crescimento: Touceira decumbente
Altura: 1,0 a 1,5m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação

Digestibilidade: Boa
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Boa
Tolerância ao frio: Boa
Teor de proteína: 9 a 11% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 10 a 12 t/ha/ano de matéria seca
Cigarrinha das pastagens: Média resistência
Consorciação: Arachis pintoi, Puerária, Calopogônio e Java

ORIGEM
 
Cultivar liberado comercialmente em 1994 pela Matsuda e é utilizada em todo o Brasil e em diversos países latino americano. Este cultivar é o resultado de seleção realizada pela empresa, que tinha como objetivo, obter um cultivar de brizantha para solos ácidos, arenosos e de menor fertilidade.
Este acesso foi introduzido da Austrália em 1975 e foi estabelecido inicialmente na região de Presidente Prudente-SP em pequenas áreas de pastagens, onde se destacou por sua produtividade, resistência à seca e capacidade de rebrota após o pastejo. A partir de 1988 se iniciaram os trabalhos sistemáticos de pesquisa com este genótipo, visando a sua liberação comercial.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
  
Gramínea de touceira vigorosa, com altura de 1,0 a 1,5m, apresenta rizomas horizontais curtos, duros e curvos, cobertos de escamas glabras de cor amarela ou arroxeada.
Produz grande quantidade de raízes profundas de cor branca amarelada e de consistência branda. Os talos são vigorosos, eretos ou semi-eretos, com escassa ramificação e de cor verde intenso. Os nós são proeminentes, glabros, de cor verde ou amarelo pálido e escasso enraizamento. As folhas são glabras, geralmente mais curtas que os entre-nós, de cor verde intenso e de coloração arroxeada no extremo inferior. A lígula apresenta uma borda ciliada de cor branca, de aproximadamente 2mm de comprimento.
As folhas são linear-lanceoladas, arredondadas na base e em forma de quilha, de 16 a 40 cm de comprimento e 10 a 20 mm de largura e de cor verde intenso a claro; são glabras, com margens denticuladas e de cor arroxeada e branca. As nervuras são numerosas e finas, sendo a central de cor clara. Os entrenós são aplanados, de cor verde intenso e arroxeado no extremo superior.
A inflorescência é uma panícula racemosa de 10 a 20 cm de longitude com 2 racemos unilaterais retos, em forma de espiga. Os racemos unilaterais são de 4 a 10 cm de comprimento. A raque é estriada de cor arroxeada e verde, com cílios laterais de 2 a 4 mm de comprimento. As espiguetas são oblongas ou oblongo-elípticas de aproximadamente 6 mm de comprimento e 2,0 a 2,5 mm de largura, com pilosidade branca no ápice: as pontas geralmente são de coloração arroxeada.
O cultivar MG-4 pode ser diferenciada facilmente da cultivar Marandu pela associação obrigatória das seguintes características:

- Ausência de pêlos na porção apical dos entrenós;
- Bainhas glabras com margem denticuladas de coloração arroxeada e verde
- Raque estriada de coloração arroxeada e verde.
   
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS
 
            A MG-4 se adapta a regiões tropicais, desde o nível do mar até 1.800 m de altitude e regiões com precipitação anuais superior a 800 mm. Este cultivar apresentou bom comportamento em solos ácidos e de baixa fertilidade, de textura arenosa ou argilosa. Tolera seca prolongada, tem boa recuperação após a queimada e excelente capacidade de rebrota. Não tolera solos encharcados e "queima" com a geada, recuperando em seguida.
Em média, um grama de sementes contem cerca de 120 sementes puras e viáveis e a profundidade de plantio destas sementes é cerca de 1 a 2 cm.
 
UTILIZAÇÃO E MANEJO
 
             Pode-se utilizar para pastejo direto e fenação, recomendado para animais de cria, recria e engorda. O manejo da MG-4 em áreas de pastejo rotacionado, deverá ocorrer a cada 25 a 30 dias no máximo, durante a estação chuvosa e quente e de 45 a 50 dias no inverno (frio e seco), em ambos os casos de 1 a 5 dias de pastejo. Em patejo contínuo procurar manter a vegetação com porte mínimo de 15 a 20 cm.
Este cultivar foi analisado em diversas condições de pastoreio, em diferentes tipos de manejo e com diferentes categorias animais. Em animais de cria e recria, nas diferentes épocas do ano, não se observaram quaisquer sintomas de intoxicação, mesmo quando a pastagem foi utilizada por longos períodos com animais jovens e vacas em lactação/gestação.
Não foi observado também, qualquer tipo de sintomas referente a fotossensibilização, provocada pelo fungo Pithomyces chartarum.
           Em condições de engorda, o desempenho da MG-4 foi considerado bastante adequado, proporcionando ganhos de peso e lotações satisfatórias comparáveis aos rendimentos da decumbens.

Quadro I - Comparação da produção de forragem (matéria seca) por hectare no ano, entre Brachiaria brizantha cv MG-4 e B. decumbens cv. Basilisk, em cortes realizados a 5cm da superfície do solo, em período espaçado de 60 dias durante o verão e de 90 dias no inverno, totalizando em média 5 cortes/ano.
 
 
Este experimento foi realizado na Fazenda MG, em Mirante do Paranapanema-SP, em parcelas de 5.000m2, a bordadura foi eliminada, avaliando-se somente a parte central da parcela.

Quadro II - Desempenho animal observado em pastejo contínuo, em áreas de MG-4, analisando ganho de peso durante o período chuvoso e o período seco.

 
QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO
 
         Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes
   VC
 
 
         As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada.
        Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma plantadeira de milho e sementes com VC de 40%.


FATOR = 280 = 7,0 kg/ha de sementes de VC 40%

   VC         40


 

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria brizantha MG-4 MG-4

Mombaça

Panicum maximum cv. Mombaça
(MOMBAÇA)


Nome científico: Panicum maximum Jacq.

Cultivar: Mombaça (ORSTOM K190A; BRA 006645)
Fertilidade do solo: Alta
Forma de crescimento: Touceira cespitosa
Altura: Até 1,6m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Média
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 12 a 16% na MS
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 20 a 28 t/ha/ano de matéria seca (MS)
Solos úmidos: Baixa tolerância
Consorciação: Todas as leguminosas, principalmente as trepadeiras


ORIGEM

        Cultivar introduzido no Brasil pela EMBRAPA, coletado em 1967 próximo a Korogwe na Tanzânia (África), pelo ORSTOM (Institut Français de Recherche Scientifique pour le Developpement em Coopération), em 1969.
        Foi avaliado além do Brasil, no México, Cuba e Colômbia.


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS


        É uma planta cespitosa de ciclo anual, com altura média de 1,65m, folhas quebradiças, com largura média de 3,0cm e sem cerosidade. As lâminas apresentam poucos pêlos, duros e curtos, principalmente na face superior. As bainhas são glabras. Os colmos são levemente arroxeados. A inflorescência é uma panícula, com ramificações primárias longas e secundárias longas apenas na base. As espiguetas são glabras e uniformemente distribuídas, de coloração arroxeada em aproximadamente 1/3 da superfície externa. O verticilo normalmente apresenta micropilosidade.


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS


        Com relação à acidez e a fertilidade do solo, é exigente igual aos outros cultivares de Panicum maximum, no entanto, tem apresentado maior eficiência na utilização do fósforo do solo que os demais cultivares. Assim, para o mesmo teor de P extraível, o Mombaça tem apresentado maiores produções de matéria seca total e de folhas. Após dois anos, em solo de cerrado adubado, em condições de pastejo, quando comparada ao Tobiatã, além de proporcionar maior lotação, apresentou maiores produções de matéria seca e teores mais elevados de fósforo nas folhas.
        Em um grama de sementes de Mombaça, existem aproximadamente 770 sementes puras, a mesma quantidade que o Colonião.
        O Mombaça produziu 33 t/ha/ano de matéria seca foliar em parcelas sob cortes manuais, ou seja, 130% e 28% a mais que o Colonião e Tanzânia I, respectivamente. Apresentou menor estacionalidade de produção que o Colonião; enquanto o Mombaça e Tanzânia I produziram, na seca, 11% do total anual, a cv. Colonião produziu apenas 3%. O cultivar Mombaça apresentou também uma alta porcentagem de folhas (82%), semelhante à Tanzânia I (80%), porém muito mais elevada que o Colonião (62%). Os teores de proteína bruta nas folhas e nos colmos foram de 13,3% e 9,7%, respectivamente, e sem grandes variações ao longo do ano.
        Com relação à cigarrinha, houve uma superioridade com relação ao cv. Tobiatã, mas inferior ao cv. Tanzânia, tendo, portanto, média resistência à cigarrinha.
        Em três anos sob um sistema de pastejo flexível, o Mombaça e Tobiatã tiveram 14 dias de pastejo e 60 dias de descanso, durante o período seco. Durante as águas, no entanto, o Tobiatã possibilitou 12 dias de pastejo e 37 de descanso, enquanto que a Mombaça, 14 dias de pastejo e 35 dias de descanso. Estes resultados propiciaram estimativas da capacidade de suporte de 2,3 U.A. para a Mombaça e 2,0 U.A. para o Tobiatã.
Esta diferença deve-se à maior porcentagem de folhas apresentadas pela Mombaça, que foi em média, durante o ano de 47% e para o Tobiatã de 38%.


UTILIZAÇÃO E MANEJO        


        Recomendado para bovinos em fase de engorda e produção leiteira. Pode ser consumida por eqüinos e ovinos. O Mombaça por apresentar talos mais grossos que o Tanzânia, deve ser pastejado sempre verde. Se os animais forem colocados em pastagens, maduros e passados de Mombaça, irão refugar estes talos grossos e lignificados, acarretando um "envaretamento" das plantas e como conseqüência o início do processo de degradação da pastagem.
        O Mombaça é uma forrageira que deve ser intensamente explorada durante o período chuvoso, época em que o crescimento é mais intenso e a qualidade nutricional também é maior. A distribuição da forragem produzida durante o ano, é mais bem distribuída nesta pastagem, que apresenta período de florescimento também mais tardio que os demais Panicum maximum.
        No período chuvoso a quantidade de dias para a recuperação deste pasto após o pastejo deve ser de no máximo 30 dias.


QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO


        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Panicum maximum  abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes

   VC




        As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 25%.


FATOR =  220  = 8,8 kg/ha de sementes de VC 25%
  VC          25

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Panicum maximum Mombaça Mombaça

Tanzânia

Panicum maximum cv. Tanzânia - I
(TANZÂNIA)


Nome científico: Panicum maximum Jacq.
Cultivar: Tanzânia-I (ORSTOM T 58; BRA 007218)
Fertilidade do solo: Alta
Forma de crescimento: Touceira cespitosa
Altura: Até 1,6m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Média
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 12 a 16% na MS
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 20 a 26 t/ha/ano de matéria seca
Consorciação: Todas as leguminosas, principalmente as trepadeiras


ORIGEM


        Cultivar introduzido no Brasil pela EMBRAPA, coletado em 1969 em Korogwe-Tanzânia (África) pelo ORSTOM (Institut Français de Recherche Scientifique pour le Developpement em Coopération) em 1969.
        Foi avaliado além do Brasil, no México, Cuba e Colômbia.
 

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

        É uma planta cespitosa de ciclo anual, com altura média de 1,3m, folha decumbente com largura média de 2,6cm. Lâminas e bainhas são glabras, sem cerosidade. Os colmos são levemente arroxeados. As inflorescências são do tipo panícula, com ramificações primárias longas, e secundárias longas apenas na base. As espiguetas são arroxeadas, glabras e uniformemente distribuídas. O verticilo é glabro.


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS


        É um cultivar de porte médio, atingindo 1,30m de altura e mesmo apresentando colmos velhos, não é rejeitada pelos animais, o que normalmente acontece com touceiras de Colonião e Tobiatã.
        A produção forrageira deste acesso foi de 133t/ha/ano de matéria verde e 26 t/ha/ano de matéria seca foliar, chegando a produzir três vezes mais que o "Colonião" na seca (10,5% da produção anual). Sua produção no nível baixo de fertilidade do solo correspondeu a 80% do nível alto.
        A planta apresentou durante o experimento 80% de folhas no ano, 82,7% na seca e 12,7% e 9,1% de proteína bruta nas folhas e colmos, respectivamente.


UTILIZAÇÃO E MANEJO


        O Tanzânia-I é uma planta exigente em fósforo (P) e potássio (K), principalmente na fase de implantação. Por ser planta exigente em fertilidade, recomendamos o monitoramento da fertilidade através de análise, principalmente a aplicação de nitrogênio em cobertura para manutenção da produtividade forrageira.
        Em experimento de três anos de pastejo, ela foi superior aos cultivares Tobiatã e Colonião, tanto em ganho por animal quanto em ganho por área. O ganho diário por cabeça foi, em média, 720 g nas águas e 240 g na seca.

 



 Solo LVE - distrófico, fase cerradão e textura argilosa, com uma adubação mínima no estabelecimento com fósforo
    
        Em área corrigida e adubada, tem mostrado boa aceitabilidade pelos bezerros, com ganhos de peso superiores aos obtidos na Brachiaria brizantha cv. Marandu. Os melhores resultados são obtidos em pastagens rotacionados, com 1 a 5 dias de pastejo e 25 a 30 dias de descanso, durante o período chuvoso e 45 a 50 dias no inverno. Em diversos experimentos a taxa de lotação ultrapassou a 4,0 U.A.*/ha. Pode ser utilizada por bovinos em fase de engorda e cria. Pode ser consumida por eqüinos e ovinos.
* U.A. = 450kg de peso vivo


QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO


        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Panicum maximum abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes

  VC

 



        As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.

        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 25%.


FATOR =  220  = 8,8 kg/ha de sementes de VC 25%
  VC          25

 

 

 

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Panicum maximum Tanzânia-I Tanzânia

Brachiaria Marandu

Brachiaria brizantha cv. Marandu
(BRIZANTÃO, BRAQUIARÃO)

Nome científico: Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf.
Cultivar: Marandu (CIAT 6294 - IRI 822 - BRA 000591)
Registro no MAPA: nº 02250 em 10.05.99
Fertilidade do solo: Média a alta
Forma de crescimento: Touceira semi-ereta
Altura: 1,0 a 1,5m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação
Digestibilidade: Boa
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Média
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 11% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 10 a 14 t/ha/ano de matéria seca (MS)
Cigarrinha das pastagens: Resistente
Formigas cortadeiras: Resistente
Restrição: não tolera solos encharcados e de má drenagem
Consorciação: Arachis pintoi, Soja perene, Calopogônio e Java 


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Planta cespitosa e muito robusta, de 1,5 a 2,0 m de altura, com colmos iniciais prostrados, mas produzindo afilhos predominantemente eretos. Possui rizomas muito curtos e encurvados. Os colmos floríferos são eretos, freqüentemente com afilhamento nos nós superiores, que leva a proliferação de inflorescências, especialmente sob regime de corte e pastejo. Bainhas pilosas e com cílios nas margens, geralmente mais longas que os entre nós, escondendo os nós, o que confere a impressão de haver densa pilosidade nos colmos vegetativos.

As lâminas foliares são lineares lanceoladas, esparsamente pilosas na face ventral e glabras na face dorsal. Inflorescência de até 40 cm de comprimento, geralmente com 4 a 6 racemos, bastante eqüidistantes ao longo do eixo, medindo de 7 a 10 cm de comprimento, mas podendo alcançar 20 cm nas plantas muito vigorosas. Espiguetas unisseriadas ao longo da raque, oblongas a elíptico-oblongas, com 5,0 a 5,5 mm de comprimento por 2,0 a 2,5 mm de largura, esparsamente pilosas no ápice.

 

ORIGEM

A cultivar Marandu tem origem na África Tropical, foi liberado comercialmente no Brasil pela EMBRAPA em 1984, e sua origem foi o germoplasma introduzido na região de Ibirarema-SP, proveniente da Estação Experimental de Pastagem de Zimbabwe, em Marondera - África.

O nome Marandu significa "novidade".

 

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Esta gramínea se desenvolve bem em condições tropicais, desde o nível do mar até 2.000 m de altitude, em regiões com boa precipitação pluvial anual superior a 700 mm e cerca de 5 meses de seca. Adapta-se bem a solos de média a alta fertilidade. Textura média ou arenosa é a mais adequada para este cultivar, que não tolera solos argilosos e siltosos. Apresenta média proteção ao solo, podendo ser indicada para áreas de relevo plano a ondulado.
O cultivar Marandu tem boa tolerância ao sombreamento, ao fogo e a seca. Não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas. Este cultivar tem boa resposta à adubação e as consorciações podem ser feitas com Arachis pintoi, estilosantes, calopogônio, soja perene, java e puerária.
Este cultivar tem também como característica a alelopatia, que é a produção de substâncias, que quando liberadas no ambiente, pode afetar o desenvolvimento de outras plantas.
Em regiões com problemas de formigas cortadeiras, a Marandu é uma das boas opções de plantio, uma vez que as formigas não atacam esta planta e são eliminadas por inanição. Outra importante característica desta cultivar é a sua resistência a cigarrinha-das-pastagens (Zulia entreriana e Deois flavopicta). Existem informações, principalmente no norte do Brasil, que a cigarrinha do gênero Mahanarva está atacando este cultivar e este tem se mostrado susceptível.
Em média, um grama de sementes contém cerca de 120 sementes puras e viáveis e no plantio as sementes devem ser incorporadas a 1,0 a 2,0 cm de profundidade.

 

UTILIZAÇÃO E MANEJO

Utilizada para pastejo direto pelos animais, silagem e fenação, sendo indicada para cria e engorda de bovinos, não é aceita por eqüinos, ovinos e caprinos.
Recomendamos o uso do Marandu em pastagens rotacionados ou em piquetes pequenos, onde o pasto possa ser vedado para sua recuperação após o uso.

Em caso de novo estabelecimento, a área pode ser pastejada cerca de 90 dias depois da germinação das sementes, dependendo sempre das condições climáticas.

No pastejo rotacionado os piquetes devem ficar entre 30 a 35 dias em descanso durante o período chuvoso e quente do ano, com 1 a 5 dias de utilização. Na seca e frio o tempo de descanso da área é bem maior. Em caso de pastejo contínuo a altura mínima de pastejo é cerca de 20 a 25cm, altura esta em que, a quantidade de talos  é maior  do que a quantidade de folhas.

 

QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes
   VC



As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.

Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada.

Por exemplo: condições ideais de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 40%.



FATOR = 300 = 7,5 kg/ha de sementes de VC 40%
   VC         40

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria brizantha Marandu Brizantão, Braquiarão

Llanero

Brachiaria humidicola cv. Llanero (ex-dictyoneura)
(LLANERO, DICTYONEURA)


Nome científico: Brachiaria humidicola (Rendle.) Schweickerdt.
Cultivar: Llanero (CIAT 6133, CPAC 3139, BRA 001449)
Fertilidade do solo: Baixa a média
Forma de crescimento: Planta estolonífera
Altura: Até 1,0m
Utilização: Pastejo direto e fenação
Digestibilidade: Boa
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais
Tolerância à seca: Boa
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 4 a 7% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 8 a 10 t/ha/ano de matéria seca
Cigarrinha das pastagens: Tolerante
Solos úmidos: Média tolerância
Consorciação: Arachis pintoi ,  Puerária e Java


ORIGEM

 

Este cultivar foi liberado comercialmente na Colômbia pelo ICA (Instituto Colombiano Agropecuário) em 1987, cujas sementes (CPI 59610) vieram do Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) da Austrália, que foi introduzido pelo CIAT em 1978 sob o no CIAT 6133.

A ex-dictyoneura foi coletado originalmente no Zimbabwe (ex-Zâmbia) em 1971. Atualmente é comercializada em todo o Brasil e na América Latina.


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 

Gramínea de ciclo perene, semi-ereta a prostrada, estolonífera e rizomatosa, de 40 a 90cm de altura, estolões compridos de cor púrpura com pilosidade de cor branca, folhas lanceoladas de 4 a 6cm de comprimento e 0,8cm de largura, raízes adventícias superficiais.

As folhas são lineares lanceoladas, eretas, glabras, de cor púrpura, com uma das bordas denticuladas. Os talos e as nervuras das folhas são verdes com manchas púrpuras. A inflorescência é uma panícula com três ou quatro racemos de 4 a 6cm de comprimento, cada um com 10 a 22 espiguetas alternas, sobre uma raque de cor púrpura  verde em forma de ziguezague.


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

 

Adapta-se bem a solos ácidos e de baixa fertilidade, é tolerante a seca e se recupera bem depois de queimadas. Tem boa tolerância a cigarrinha-das-pastagens, boa capacidade de rebrota e boa palatabilidade. Ataques esporádicos de cigarrinha podem ocorrer, principalmente em áreas manejadas com baixas lotações de animais, sendo que a pastagem normalmente se recupera satisfatoriamente.

 

As sementes deste cultivar apresentam dormência, chegando, inclusive, a até um ano depois de colhidas. Recomenda-se deixar a semente exposta, durante pelo menos um dia todo, espalhado a pleno sol sobre uma lona preta ou um terreiro, remexendo a cada hora com os pés, para que o aquecimento seja uniforme. Este aquecimento da semente, que pode alcançar até 50oC, auxilia na quebra da dormência.   
A dormência pode acarretar problemas durante o estabelecimento da pastagem, pois como a semente demora a germinar (mesmo em condições normais de temperatura, luminosidade e umidade), sementes de ervas daninhas e a vegetação nativa germinam primeiro e "domina" a área de plantio. Isto provoca o sombreamento do solo que não recebe mais luz e se torna frio, afetando ainda mais a germinação das sementes da dictyoneura. Se isto ocorrer deve proceder a roçada da área.
A recomendação para evitar este problema, além do aquecimento das sementes de dictyoneura, é semeá-la associada, com 15% da dosagem normal, com ruziziensis ou outra braquiária. Outra opção é misturar com 5kg/ha (no máximo) de sementes de milheto. Este cultivar pode ser consorciado com Pueraria phaseoloides , Macrotyloma axillare (Java) e Arachis pintoi.



UTILIZAÇÃO E MANEJO

 

        O valor nutritivo do cultivar Llanero pode ser considerado como moderado a pobre (4 a 7% de Proteína). Em pastagens associadas com Arachis pintoi, foram obtidos ganhos de peso vivo por animal por ano de 124 a 183 kg e ganhos por hectare variando de 267 a 540 kg de peso vivo.
        No desenvolvimento inicial deste pasto, assim como a humidícola, o primeiro pastejo deve ser efetuado de forma suave para estimular o perfilhamento e o enraizamento dos estolões. A dictyoneura sofre do mesmo problema que a humidícola e perde a qualidade nutricional mais rapidamente que outras braquiárias se deixarmos ela amadurecer. Recomendamos utilizar altas cargas animais ou maior freqüência de pastejo, pois desta maneira os animais patejam uma forragem mais tenra e de melhor qualidade nutricional e de melhor digestibilidade.
        Em solos ácidos, arenosos e pobres em fertilidade, este cultivar é uma das melhores opções de pastagem para eqüinos, ovinos e caprinos.


        
QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

 

 

        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:



FATOR  = kg/ha de sementes
   VC

 

 

As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.

Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 25%.


FATOR =  340  = 13,6 kg/ha de sementes de VC 25%
  VC          25

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria humidícola Llanero (ex-dictyoneura)
Llanero

Andropogon

Andropogon gayanus Kunth cv. Planaltina
(ANDROPOGON)

Nome científico: Andropogon gayanus Kunth
Cultivar: Planaltina (CIAT621)
Registro no MAPA: nº 01711 em 22.04.99
Fertilidade do solo: para solos pobres, medianos e de alta fertilidade
Forma de crescimento: Touceira cespitosa semi-ereta
Altura: Até 1,3m a 1,8m
Utilização: Pastejo direto e silagem
Digestibilidade: Boa (54,4% "in vitro" - Laredo, 1982)
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais
Tolerância à seca: Alta
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 6 a 9% na MS (matéria seca)
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragem: 8 a 14 t/ha/ano de matéria seca
Solos úmidos: Baixa tolerância
Consorciação: Todas as leguminosas, principalmente as trepadeiras
Cigarrinha-das-pastagens: possui resistência física (pêlos)

 

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

O Andropogon gayanus Kunth var. bisquamulatus (Hochst.) Hack. é uma gramínea forrageira de ciclo perene, de porte alto, que forma touceiras e possui excelente adaptação a regiões de secas prolongadas.

As folhas possuem coloração verde claro, a maioria pubescentes, a coloração pode sofrer alteração principalmente nas secas tornando violáceo. Os talos são bastante fibrosos (exige-se bom manejo), as plantas atingem altura média de 1,3 a 1,8m, produzem raízes profundas e altamente ramificadas. 

 

ORIGEM

Em 1973 o Dr. Bela Grof, pesquisador do CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), introduziu na Colômbia sementes deste cultivar, proveniente da Estação Experimental Shika da Nigéria.  Esta planta forrageira é nativa da África Ocidental, onde se encontra distribuída amplamente na maioria das savanas tropicais e sub-tropicais, regiões caracterizadas por secas bastante intensas.

Este cultivar foi liberado comercialmente em vários países no mundo conforme o quadro abaixo:

 

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

O andropogon possui boa produção de forragem, mesmo em solos de baixa fertilidade, pastejado a cada 5 a 6 semanas (ICA, 1980). A espécie suporta bem as queimadas e devido às características agronômicas da espécie é recomendado, de acordo com as necessidades, um rebaixamento drástico do pasto (sobrepastejo) para eliminação do material fibroso, lignificado e seco, que vai acumulando com o tempo.

Este pasto apresenta como principal característica a boa tolerância ao período seco, mantendo boa quantidade de folhas neste período. Além disso, adapta-se a vários tipos de solos, desde os arenosos até os solos cascalhados, os de baixa fertilidade até os mais férteis.

 

UTILIZAÇÃO E MANEJO

O andropogon pode ser recomendado para várias categorias e espécies animais. Apresenta mediana qualidade nutricional, principalmente por serem estabelecidas em áreas mais pobres da fazenda, porém se bem manejado apresenta boa produção de forragem para bovinos de cria, recria e engorda.

Pode ser pastejado por eqüinos, sendo uma das opções para solos de baixa fertilidade e ácidos.

Este cultivar apresenta talos que podem lignificar rapidamente se não forem bem manejadas. Outro cuidado com este cultivar é o seu ciclo muito precoce que faz com que amadureça rapidamente. Por apresentar bom perfilhamento e talos vigorosos, o andropogon deve ser pastejado baixo, diferente de espécies eretas como os Panicum maximum.

Recomendamos o pastejo por 1 a 5 dias, com uma alta pressão de pastejo (oferta de forragem/quantidade de animais), podendo ser pastejado até uma altura de 15cm de altura, eliminando assim boa quantidade de talos. O período de descanso varia de acordo com o clima, mas em média é de 25 a 30 dias no período chuvoso e de 30 a 50 dias no período seco (dependendo sempre das condições climáticas). 

* Experimento realizado nos anos de 1986 e 1987, na Fazenda Cadeado em Rio Brilhante-MS, avaliando ganhos de peso de novilhos nelorados em pastagens de Andropogon gayanus cv. Planaltina e Brachiaria brizantha cv. Marandu.

*média ponderada nos períodos                                                                                              Fonte: EMBRAPA, 1989

 

Este experimento apresenta resultados onde o Marandu (braquiarão) foi superior ao andropogon nas secas. No período chuvoso ocorreu o inverso. Considerando a capacidade de suporte das pastagens, expressa pela carga animal média nos períodos, observa-se que foram relativamente baixas para as espécies utilizadas, especialmente no período seco, quando se mantiveram ao redor de 0,6 UA/ha. Esses dados são o reflexo dos baixos níveis de fertilidade natural verificados na área experimental.

 

QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

Para o cálculo da quantidade de semente desta cultivar no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para o Andropogon gayanus  e a fórmula abaixo:

FATOR  = kg/ha de sementes
   VC

As condições de plantio dependem do preparo de solo, das condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e adubado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há infestação de ervas daninhas, etc.

Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou com o administrador, pois são eles que conhecem melhor a região e a área de plantio, para podermos recomendar a quantidade necessária de sementes, assim como a forma em que será plantada.

Por exemplo: condições ruins de plantio, jogando as sementes com a mão, prática muito utilizada em andropogon, e sementes de VC de 15%.

FATOR =  240  = 16,0 kg/ha de sementes
  VC          15

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Andropogon gayanus PLANALTINA Andropogon

Humidícola

Brachiaria humidicola (Rendle.) Schweickerdt.
( HUMIDÍCOLA, QUICUIO DO AMAZONAS )


Nome científico: Brachiaria humidicola (Rendle.) Schweickerdt.

Cultivar: comum (CIAT 679)
Fertilidade do solo: Baixa
Forma de crescimento: Planta estolonífera
Altura: Até 1,0m
Utilização: Pastejo direto e fenação
Digestibilidade: Média a baixa
Palatabilidade: Média a baixa
Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais
Tolerância à seca: Alta
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 3 a 6% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 8 a 10 t/ha/ano de matéria seca
Cigarrinha das pastagens: Tolerante
Solos encharcados: Alta tolerância
Consorciação: Arachis pintoi, Puerária e Java


ORIGEM



        Cresce de forma nativa na África Equatorial, foi introduzida na Austrália com o no CPI 16707, em 1952, proveniente da Estação Experimental Rietondale, em Petroria - África do Sul. Depois foi levado para Nova Guné, Fiji até chegar ao continente Americano.


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS



        Gramínea perene, estolonífera, de hábito de crescimento semi-ereto a prostrado, os entre-nós superiores medem de 8 a 10cm de comprimento e os inferiores de 2 a 3cm, são glabros e de cor verde claro. As nervuras das folhas carecem de pilosidade. Os estolões são fortes, longos, de cor púrpura e enraízam com facilidade. As folhas são lineares, lanceoladas, semi-coriáceas, com o ápice acuminado. As folhas dos talos têm de 10 a 30cm de comprimento e de 0,5 a 1,0cm de largura. As folhas dos estolões têm 2,5 a 12cm de comprimento e de 0,8 a 1,2cm de largura.
        A inflorescência é terminal, racemosa, com 1 a 4 racemos de 3 a 5cm de comprimento. As espiguetas são uniseriadas, bifloras, alternadas ao largo da raque com pedicelos curtos e medem de 5 a 6mm de comprimento. Tem crescimento estolonífero, com grande número de gemas rente ao solo, o que explica sua tolerância a manejo baixo e intenso, suportando altas cargas animais, apresenta cobertura densa, é agressiva e de difícil consorciação com leguminosas. Recomendamos neste caso o Arachis pintoi, a Java e a Puerária.


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS



        Apresenta ampla adaptação edafoclimática, desde o nível do mar até 1800m de altitude, regiões com 1100 a 4000mm de chuvas anuais e adapta-se a solos ácidos    , com alta saturação de alumínio e baixa fertilidade. Apresenta bom desenvolvimento em solos úmidos a encharcados.
        Outra importante característica da humidícola é vegetar muito bem no período seco e ser tolerante (hospedeira) a cigarrinha-das-pastagens. O manejo baixo da pastagem desfavorece o desenvolvimento de altas populações do inseto.
        O estabelecimento pode ser feito por semente ou mudas. O estabelecimento por sementes é geralmente muito lento devido à dormência das mesmas. Recomendamos, para minimizar esta situação, um plantio superficial das sementes, porém devem ser incorporadas, para que o aquecimento pelo sol auxilie na quebra da dormência.
        Antes do plantio, recomendamos que as sementes sejam retiradas da embalagem e expostas ao sol, para que esquentem (50oC), em camadas bem finas (como se fosse secar grãos de café) e devem ser revolvidas para que o aquecimento seja uniforme. Deixe o dia todo e depois no final da tarde, devem ser novamente ensacados e armazenados em local fresco e livre de umidade. Repetir esta operação por três dias.  O plantio poderá ocorrer no dia seguinte ou após certo tempo.


UTILIZAÇÃO E MANEJO


O crescimento inicial lento desta gramínea, após a germinação, exige um manejo cuidadoso nos primeiros pastejos, para assegurar o estabelecimento da pastagem. O primeiro pastejo deve ser efetuado de forma suave para estimular o perfilhamento e o enraizamento dos estolões. A humidícola perde a qualidade nutricional, mais rapidamente que outras braquiárias, quando manejada com maiores intervalos de utilização (pasto maduro, passado). Este pasto deve ser utilizado com altas cargas animais ou com maior freqüência, permitindo assim a melhoria da qualidade do alimento disponível, porém com menor produtividade de forragem, uma vez que o pasto não recupera totalmente.
Nas pastagens de humidícola ocorre uma baixa taxa de mineralização do nitrogênio. Em solos deficientes de matéria orgânica e de baixa fertilidade, a pastagem apresenta baixo conteúdo de proteína, principalmente na época seca do ano, fato que limita o consumo e os rendimentos animais. De modo geral a humidícola suporta cargas animais altas. A altura de entrada na pastagem deve ser de 20 a 30cm e a saída com 10cm. Recomendado para cria e recria e pode ser consumida por eqüinos e ovinos, porém deve-se suplementar estes animais com cálcio, devido à presença de oxalatos.
        



QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

 

        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes
  VC

 

 

 

        As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições péssimas de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 25%.


FATOR = 380 = 15,2 kg/ha de sementes de VC 25%
   VC        25

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria humicola Humídicola Humídicola

Ruziziensis

Brachiaria ruziziensis cv. Braquiária ruziziensis
(RUZIZIENSIS)



Nome científico: Brachiaria ruziziensis (R. Germ & Evrard)

Cultivar: Braquiária ruziziensis (CIAT 00605, BRA 000281)
Fertilidade do solo: Média a alta
Forma de crescimento: Touceira decumbente
Altura: 1,0 a 1,5m
Utilização: Pastejo direto, silagem, fenação e cobertura vegetal
Digestibilidade: Boa (50 a 57%)
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Boa
Tolerância ao frio: Boa
Teor de proteína: 8 a 11% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 12 a 15 t/ha/ano de matéria seca
Cigarrinha das pastagens: Altamente susceptível
Consorciação: Arachis pintoi, Soja perene, Calopogônio e Java


ORIGEM

 

         Esta forrageira é nativa do Vale Ruzi no Zaire (Congo) e Burundi. A ruziziensis atualmente está difundida em vários países tropicais. As primeiras sementes vieram de Ruanda, que foram estudadas e disseminadas no Quênia, pelo Institut National pour I'étude Agronomique du Congo Belge (INEAC) em Rubona, nos anos 60, daí se espalhou por todo o continente Africano.
         As primeiras sementes que chegaram na Austrália (CPI 30623) vieram em 1961 da ilha de Madagascar, da Estación de Agronomia de Lac Alastra, e foram lançadas com o nome comercial "ruzigrass", no ano de 1966. Provavelmente este tenha sido o caminho percorrido pelas sementes comercializadas no Brasil, as quais vieram da Austrália.



CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 

        Gramínea perene, rasteira, atingindo até 1,5m de altura, com rizomas curtos. Colmos decumbentes e geniculados com 3 a 4mm de diâmetro e dotado de entrenós curtos. Folhas macias com 6 a 15mm de largura e 10 a 25cm de comprimento, possuindo aspecto aveludado devido a grande quantidade de pêlos nela presente. A inflorescência é uma panícula ereta de 5 a 7 racemos.
        Racemos curtos e com fileiras duplas de sementes, ráquilas aladas e bastante largas, tornando-se uma característica que distingue das outras espécies de braquiária. Espiguetas bifloras, sendo a inferior masculina e a superior hermafrodita.


    
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

 

        Forrageira de solos de média a alta fertilidade, requerendo boa drenagem e clima de regiões tropicais. Não resiste à geada e em condições ideais suas sementes germinam e estabelecem muito bem. É bastante palatável e bem aceita pelos animais. Porém deve ter cuidado com o pastejo devido essa boa palatabilidade, que pode comprometer a sua rebrota, principalmente se for sobrepastejada (rapada). A qualidade nutricional de sua forragem é muito boa, apresentando de 8 a 11% de proteína na matéria seca.
        A ruziziensis apresenta alta susceptibilidade às cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta  e Zulia entreliana).
        Apresenta adaptação climática até 2.000m acima do nível do mar. A temperatura ótima para o crescimento é de 28 a 33oC, sendo afetada por temperaturas baixas e não resistente à geada.



UTILIZAÇÃO E MANEJO

 

        A ruziziensis pode ser indicada para bovinos de recria e engorda. Devido a sua qualidade de forragem, além do pastejo direto, pode ser utilizada para prática de fenação. Quando em pastejo direto, deve-se ter muito cuidado, com a altura de pastejo, evitando a sua degradação.
        Devido a algumas características, a ruziziensis, deixou de ser utilizada pelos pecuaristas, principalmente a sua susceptibilidade às cigarrinhas e a baixa capacidade de rebrota, principalmente quando sobrepastejada. Porém, devido a grande capacidade de germinação de suas sementes, principalmente em sobresemeadura, ou seja, plantio em área com outros cultivos (exemplo: em área de soja) e sobre uma cobertura vegetal (palhada para plantio direto), as suas sementes tem sido recomendada por vários técnicos em áreas de plantio direto e em áreas de integração lavoura-pecuária. Diversos agricultores tem utilizado as sementes de ruziziensis, em áreas de cultivo de soja, para cobertura vegetal no período de entressafra da cultura e como pasto para o inverno, mesmo antes da colheita do grão, nos meses de fevereiro e março, utilizando o plantio aéreo, com bons resultados.
        A forrageira proporciona excelente cobertura do solo, podendo ser utilizado a área como piquete para os animais durante o período de inverno (entressafra da cultura de soja), e em setembro-outubro as plantas de ruziziensis são "queimadas" com um herbicida a base de glifosato, proporcionado uma boa cobertura (palhada) para o plantio de soja novamente. Informações de produtores citam que a produção de grãos, em área de braquiárias, tem apresentado melhores rendimentos do que a produção de grãos em área exclusivamente agrícola (por exemplo: soja plantada em área de soja).



QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO


        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes
   VC

 



        As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada.
        Por exemplo: condições médias de plantio, utilizando-se uma plantadeira de milho e sementes com VC de 40%.



FATOR = 280 = 7,0 kg/ha de sementes de VC 40%

  VC         40


        Para as áreas destinadas à integração lavoura-pecuária ou áreas cujo objetivo seja a cobertura vegetal (palhada) com a ruziziensis, a quantidade de sementes a serem utilizadas para o plantio, segue o mesmo padrão anteriormente citado.

 

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria ruziziensis Ruziziensis Ruziziensis

MG-5 Vitória

Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória
(MG-5, VITÓRIA)


Nome científico: Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf.
Cultivar: MG-5 Vitória (CIAT 26110 - BRA 004308), registrada em 22/03/2000
Fertilidade do solo: Média e alta
Forma de crescimento: Touceira decumbente
Altura: 1,0 a 1,6m
Utilização: Pastejo direto, silagem e fenação
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Boa
Precipitação pluviométrica: De 800 mm a 3.000mm anuais
Tolerância à seca: Boa
Tolerância ao frio: Média
Teor de proteína: 8 a 13% na MS
Profundidade de plantio: 1 a 2 cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 10 a 18 t/ha/ano de matéria seca
Cigarrinha das pastagens: Média resistência
Consorciação: Arachis pintoi, Soja perene, Puerária, Calopogônio e Java
Fungos de solo: Boa resistência (fonte: CIAT - Dr. Pedro Argel)
Sinonímia (Data de Registro): Toledo (02/06/00) e Xaraés (11/09/01)

ORIGEM

    Em 1996 a Matsuda iniciou o trabalho de avaliação e seleção de alguns acessos do Banco de Germoplasma de Brachiaria do CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), realizando ensaios e seleção destes materiais em diversos locais do Brasil.
    O primeiro resultado desta seleção foi o cultivar MG-5 Vitória de Brachiaria brizantha, que nos acessos do CIAT tem o número 26110.
    Este material foi coletado por Keller-Grein do CIAT, em convênio com a ISABU (Instituição Nacional de Pesquisa de Burundi) da África, entre as cidades de Bubanza e Bukinanyama, no estado de Cibitoke / Burundi, nas coordenadas 020 53' S e 260 20' W na África.
    Este local está localizado a 1510m acima do nível do mar com uma precipitação média anual de 1710mm de chuvas.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

        Este cultivar é uma gramínea perene, poliplóide de reprodução apomítica, pode ser pentaplóide segundo alguns trabalhos realizados, isto é, com cinco conjuntos de cromossomos, diferente do Marandu e MG-4 que são tetraplóides. Este conjunto a mais de cromossomo pode conferir a este cultivar excelente vigor vegetativo e alta produtividade.
Crescimento entouceirado com talos prostrados que podem se enraizar quando em maior contato como o solo, pode atingir até 1,60m de altura, as folhas são lanceoladas com pouca pubescência, com inflorescência em forma de panícula que mede de 40 a 50cm e geralmente com 4 racemos.

   
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS


        A MG-5 Vitória possui uma ampla adaptação edafoclimática e pode ser recomendada para regiões com 4 a 5 meses de seca e regiões com precipitações de mais de 3.000 mm anuais.
        Mesmo que adapte a solos ácidos e arenosos, este cultivar apresentou as melhores produções em solos de média a alta fertilidade, vegeta muito bem em solos arenosos e possui boa adaptação a solos de má drenagem. Durante as secas apresentaram mais folhas verdes que as cultivares Marandu e MG-4 de B. brizantha.
        A rebrota após o pastejo da cultivar MG-5 Vitória superou a rebrota da Brachiaria brizantha cultivar Marandu.
        Uma das características mais importante deste cultivar, além de apresentar ciclo mais tardio, é a boa produção de matéria seca. Em experimentos realizados, foram obtidos os seguintes resultados:

QUADRO 01: Avaliação da produção de forragem (matéria seca), em quatro locais, de Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória, nos períodos de seco e de chuvas. Os cortes foram realizados a cada 7 e 4 semanas respectivamente.


* Cortes a cada 4 semanas       ** Cortes a cada 7 semanas


QUADRO 02: Resultado de análise bromatológica de diversas avaliações realizadas, em diferentes épocas do ano, na matéria seca, do cultivar MG-5 Vitória.




QUADRO 03: Resultado de avaliação na fazenda MG, em Mirante do Paranapanema-SP, de ganho de peso de animais de engorda pastejando a MG-5, durante o período chuvoso e seco.




UTILIZAÇÃO E MANEJO

 

       Utilizada para pastejo direto pelos animais, silagem e fenação, sendo indicada para cria, recria e engorda de bovinos, não é aceita por eqüinos, ovinos e caprinos.
Os melhores resultados da MG-5 foram obtidos em pastagens rotacionados. Após 50 a 60 dias, aproximadamente, após a germinação das sementes, recomendamos, realizar o primeiro pastejo na MG-5, evitando o "acamamento" da  grande quantidade de forragem produzida, prejudicando a sua rebrota. Este primeiro pastejo deverá ser feita por uma grande quantidade de gado, mas por pouco tempo (até a altura de 30cm do solo).
        No rotacionado os piquetes devem ficar entre 25 a 30 dias em descanso durante o período chuvoso e quente do ano, com 1 a 5 dias de utilização. Na seca e frio o tempo de descanso da área é bem maior. Em caso de pastejo contínuo a altura mínima de pastejo é cerca de 20cm, altura esta em que a  quantidade de talos  é maior  do que a quantidade de folhas.
        Por ser um cultivar de ciclo tardio (demora a florescer) o uso desta pastagem durante o período chuvoso deve ser bastante intensificada, com alta pressão de pastejo (produção de forragem x quantidade de animais). Por apresentar florescimento tardio, a sua adaptação ao período seco é bem melhor também.

        O quadro 04 apresenta resultado comparativo, realizado pelo CIAT, de três cultivares de Brachiaria brizantha:

QUADRO 04: Comparativo das principais características de três cultivares de Brachiaria brizantha.



QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

 

        Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Brachiaria sp. abaixo e a fórmula:



FATOR  = kg/ha de sementes

   VC

        As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
        Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada.
        Por exemplo: condições adversas de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 40%.



FATOR = 380 = 9,5 kg/ha de sementes de VC 40%
   VC        40

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Brachiaria brizantha MG 5 Vitória MG 5 Vitória

Atlas

Panicum maximum cv. Atlas
(ATLAS)

Nome científico: Panicum maximum Jacq.
Cultivar: Atlas
Registro no SNPC/MAPA: 16057
Cultivar Protegido sob o no: 21806.000673/2003-15 em 26/05/2003
Certificado de Proteção: 00499
Fertilidade do solo: Alta
Forma de crescimento: Touceira cespitosa
Altura: De 1,5m a 2,0m
Utilização: Pastejo direto e silagem
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais
Tolerância à seca: Muito boa
Tolerância ao frio: Boa
Teor de proteína: 10 a 12% na MS
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Ciclo vegetativo: Perene
Produção de forragens: 20 a 22 t/ha/ano de matéria seca
Solos úmidos: Baixa tolerância
Consorciação: Todas as leguminosas

 

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 

É uma planta cespitosa de ciclo perene, com altura entre 1,5 a 2,0m, alto perfilhamento basal, colmo de diâmetro médio, comprimento do internódio curto, colmo com pouca cerosidade, folha apresentando pouca pilosidade na bainha, comprimento da lâmina também médio e de coloração verde-clara. O ciclo de florescimento é médio, com período definido para florescer (florescimento determinado). 

 


ORIGEM

 

O cultivar híbrido de forrageira Atlas é oriundo de cruzamento artificial, realizado em 1993, em casa-de-vegetação pela Matsuda, cruzando materiais fêmeas sexuadas de Tobiatã com K-68, acesso originário da Costa do Marfim/África, que nunca chegou a ser um cultivar comercial.
Em 1994 foi realizada a seleção de genótipos superiores, em progênies segregantes para apomoxia e sexualidade e no ano seguinte o teste de progênies para separação de progênies para separação de híbridos F1 apomíticos dos híbridos F1 sexuais.
Após esta etapa de seleção, foram montados diversos ensaios regionais em Álvares Machado-SP, Mirante do Paranapanema-SP e Jateí-MS, com o objetivo de selecionar os melhores híbridos F1 apomíticos (que não cruzam), analisando os diversos caracteres morfo-agronômicos e valor nutritivo.
Nos anos de 1998 e 1999 foi avaliada a resistência deste híbrido quanto à resistência ao alumínio (presente em solos ácidos) tanto em condições de laboratório (em soluções nutritivas) como de campo (em solos comprovadamente ácidos com presença de alumínio).
Os dois anos seguintes, o cultivar foi avaliado em testes com animais verificando a capacidade de suporte, resistência ao pisoteio, potencial de rebrota, persistência, tolerância à seca, potencial de produção de sementes, etc.
  

 

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

 

Como qualquer cultivar de Panicum maximum, o Atlas é exigente em fertilidade de solo, mesmo que tenha boa tolerância à saturação de alumínio no solo. Possui intenso perfilhamento basilar, rebrota vigorosa, boa tolerância à seca e excelente qualidade nutricional.
Apesar de ser obtido através de cruzamento de plantas sexuadas, o cultivar Atlas é apomítica, isto é, não pode ser cruzada e produz sementes viáveis. Isto foi devido à seleção de plantas apomíticas e eliminação das plantas sexuadas.
Nos testes realizados apresentou digestibilidade em torno de 65 a 70% "in vitro", os teores de proteína variaram em torno de 10 a 12%, com produção de forragem (matéria seca) de 20 a 22t/ha/ano.
O potencial de produção de sementes foi de 600kg/ha/ano com valor cultural em torno de 20%, em uma única colheita.
Até o momento não se verificou nenhum problema com insetos e doenças de importância econômica em áreas de pastagem de Atlas. Por se tratar de cultivar de P.maximum pode ser infestado por Claviceps e Ustilago, afetando a produção de sementes.

 


UTILIZAÇÃO E MANEJO

  

Recomendado para bovinos em fase de cria e engorda, assim como para eqüinos. Devido a sua tolerância ao alumínio do solo, desenvolve bem o sistema radicular, conferindo ao cultivar uma ótima rebrota e bom comportamento na seca.
Em pastejo rotacionado, recomendamos de 1 a 5 dias de pastejo por um intervalo de 28 a 35 dias de descanso, durante o período chuvoso e de 45 a 50 dias no período seco (dependendo das condições climáticas). Evite deixar o pasto muito tempo vedado, principalmente durante o período chuvoso, pois este se torna maduro, fibroso e os animais o refugam devido a baixa palatabilidade e digestibilidade.
A tendência da touceira do Atlas é ir aumentando de diâmetro a cada pastejo ou corte, porque aumenta a quantidade de perfilhos.
O quadro abaixo mostra um ensaio, realizado em 2001/2002, na fazenda MG em Mirante do Paranapanema-SP, região de Cerrado, Latossolo Vermelho Amarelo, com novilhas para se verificar o ganho de peso.

 

 


QUANTIDADE DE SEMENTES NO PLANTIO

 

Para o cálculo da quantidade desta semente no plantio recomendamos o uso do quadro de Fatores para Panicum maximum  abaixo e a fórmula:


FATOR  = kg/ha de sementes
   VC

 


 

 

As condições de plantio referem-se ao preparo de solo, as condições climáticas da região (chuva, temperatura do solo e luminosidade), se o solo foi corrigido (calagem) e fertilizado, se há problemas com insetos (formigas, cupins, grilos, gafanhotos, lagartas, cigarrinhas, etc), se há problemas com a infestação de ervas daninhas, etc.
  Estas informações deverão ser obtidas com o proprietário ou o administrador, pois são estas pessoas que conhecem melhor a região, para recomendarmos a quantidade necessária de sementes no plantio, assim como a forma em que será plantada. Por exemplo: condições ideais de plantio, utilizando-se uma distribuidora de calcário e sementes com VC de 25%.


FATOR =  200  = 8,0 kg/ha de sementes de VC 25%
 VC           25

 

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Poaceae Panicum maximum Atlas Atlas

Aveia Preta

Avena strigosa
( AVEIA PRETA )

Fertilidade do solo: Média e alta (bem drenado)

Forma de crescimento: Ereto, cespitosa
Altura: 1,0 a 1,2 m.
Utilização: Pastejo, produção de grãos, fenação e adubação verde
Digestibilidade: Muito boa
Palatabilidade: Muito boa
Teor de proteína: 13 a 15% na MS
Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais
Tolerância a seca: Boa
Tolerância ao frio: Média
Consorciação: Trevo, ervilhaca
Profundidade de plantio: 2 a 4 cm
Ciclo vegetativo: Anual (140 a 160 dias)
Produção de forragem: 5 a 8 t MS/ha/ano

ORIGEM

 

Europa.


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 

Gramínea cespitosa, com colmos cilíndricos, eretos e glabra ou pouco pilosa, e raiz fasciculada ou em cabeleira. Inflorescência em panícula com glumas aristadas, e o grão é uma cariopse indeiscente encoberto pela lema e páleas.
 


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

 

Apesar de ser conhecida como planta de clima frio, trabalhos de melhoramento têm criado cultivares adaptados a regiões mais quentes, como o Centro-Oeste do Brasil com suprimento adequado de água. Temperaturas baixas na fase inicial de desenvolvimento favorecem o perfilhamento.
Vegeta bem em solo com pH de 5,0 a 7,0.
A aveia não é muito exigente em relação a solos; entretanto, responde bem à adubação nitrogenada, fosfatada e potássica. Não tolera solos encharcados ou água estagnada. A aveia pode ser utilizada com a finalidade de cobertura do solo (viva ou morta), forragem ou produção de grãos. Os três principais tipos cultivados são a preta ( Avena strigosa ), a branca ( Avena sativa ) e a amarela ( Avena byzantina ).
A aveia-preta, além de sua precocidade, rusticidade e resistência às principais enfermidades, produz uma elevada quantidade de massa verde. A sua produção de grãos é menor do que nas demais, servindo para sementes e/ou preparo de concentrados para animais. Quando manejada sob cortes, apresenta excelente produção de forragem no primeiro corte, baixando a produção nos seguintes. As aveias branca e amarela comportam-se inversamente, com bom rendimento no segundo e terceiro cortes.
A aveia-preta é mais rústica, possui maior capacidade de perfilhamento, panícula mais aberta e semente menor, quando comparada à branca e à amarela. É bastante resistente à incidência de ferrugem e ao ataque de pulgões. Além disso, é mais resistente à seca e menos exigente em fertilidade sendo, portanto, mais indicada do que as outras duas para adubação verde.
A aveia-preta pode ser cultivada solteira ou consorciada com azevém, ervilhaca, centeio, trevo, tremoço, etc. Além de melhoradora de solos, é empregada como regeneradora da sanidade diminuindo a população de patógenos, além de aumentar os rendimentos das culturas de verão. Por isso, é recomendada para rotação dentro do sistema de produção. É altamente eficiente na reciclagem de nutrientes.
A época do plantio desta gramínea de inverno é a partir de março, podendo estender-se até maio em regiões mais quentes e em regiões mais frias pode ser semeada até junho. "A semeadura poderá ser realizada a lanço ou em linhas. Quando em linhas, recomenda-se utilizar um espaçamento de 20 cm, empregando-se em torno de 60 a 70 kg de sementes/ha. Quando for a lanço, será necessário 30 a 50% a mais de sementes. A profundidade é de 3 a 4 cm. O peso de 1.000 sementes é de 14 a 15 g" (Derpsch, 1.985).
Quando o objetivo é a cobertura do solo ou a adubação verde, o manejo da fitomassa deve ser realizado na fase do grão leitoso. Isso ocorre entre 120 a 140 dias após a semeadura. Nessa fase normalmente não há grãos viáveis e ocorre o menor índice de rebrota após o manejo. Conforme o caso, a aveia pode ser incorporada (aração), cortada sobre o solo (rolo-faca) ou dessecada com herbicida com manejo posterior (aração, rolo-faca, roçadeira).
Na produção de sementes é recomendável um espaçamento de 30 a 50 cm entre linhas, utilizando-se em torno de 40 a 50 kg de sementes/ha.
Geralmente a colheita é efetuada mecanicamente, obtendo-se 500 a 1.000 kg/ha (aveia-preta) e 1.500 a 2.500 kg/ha (aveia-branca).
O ciclo da cultura normalmente varia de 140 a 180 dias.    

        


VANTAGENS        

 

- Forrageira para os animais;
- Melhoria das características físicas e biológicas do solo;
- Diminuição da população de nematóides (gênero Meloidogyne);
- Efeito supressor e/ou alelopático a diversas invasoras;
- Efeito residual favorável aos rendimentos da soja e do feijão.
- A principal limitação relacionada com a adubação verde está na época de manejo que se não for seguida rigorosamente, poderá ocorrer rebrota.

 

 

Classificação Botanica

Familia Genero Especie Cultivar Nome Comum
Leguminosae avena strigosa preta comum
Aveia Preta