Considerada a mais importante leguminosa semeada com gramíneas em pastagens de clima temperado, o Trevo-Branco (Trifolium repens L.) destaca-se pela sua alta produção de forragem e pelo seu elevado valor nutritivo. Por se tratar de uma cultivar de alta produção com risco de timpanismo, é uma forrageira muito utilizada na pecuária de corte e leiteira, em sistemas intensivos consorciado com gramíneas e em sistemas de pastoreio controlado. Também é valorizada para uso sob lotação contínua, pois é adaptada para produzir sob condições de desfolhação intensa, incrementando a palatabilidade e o teor de proteína da forragem colhida pelos animais.
O trevo-branco tem elevado valor nutritivo, sendo rica fonte, além de proteína, também de cálcio, fósforo e caroteno. Comparado com pastagem de gramínea adubada com nitrogênio, as misturas de gramíneas/trevo têm, geralmente, índices mais elevados de proteína, minerais, incluindo pectina e lignina, porém, índices mais baixos da celulose e hemicelulose.
Leguminosa perene e estolonífera. Suas folhas são compostas por folíolos ovais e glabros, com margens denteadas e mancha esbranquiçada em forma de meia lua na face superior da folha. A inflorescência é um capítulo com muitas flores brancas ou rosadas. Possui sementes muito pequenas de cor limão-pálido, com 1 a 1,5 mm de comprimento e 0,9 a 1,0 mm de largura. Em pastagens permanentes as plantas de trevo-branco persistem, de forma geral, na forma de um estolão principal ou planta-mãe com crescimento predominantemente apical. Em climas temperados, o trevo-branco é um exemplo clássico de uma espécie clonal que se reproduz vegetativamente, com mínima dependência sobre a reprodução sexual.
De clima temperado e subtropical, o trevo-branco não resiste a altas temperaturas e é razoavelmente tolerante à geada e ao sombreamento. A temperatura adequada para o crescimento está entre 20 e 25ºC. Tolera seca moderada, mas não severa. Não obstante, a recuperação do trevo pode ser rápida depois do término da seca.
O trevo-branco não é uma leguminosa pioneira, mas adaptada a boas condições de fertilidade de solo. Também é exigente em fósforo e para sua implantação é fundamental realizar inoculação. Esta leguminosa é geralmente mais sensível do que as gramíneas às deficiências de fósforo e potássio e muito sensível à acidez do solo.As cultivares de trevo branco com folhas grandes, como a Estanzuela Zapicán, são as mais usadas em sistemas pastoris de clima temperado, possuem um bom crescimento hibernal, floração abundante e tardia. Sua persistência dependerá do ambiente local. Esta alta adaptação da espécie nestes sistemas se deve as características das cultivares de trevo com folhas grandes, como fácil estabelecimento, alto valor nutritivo, excelente tolerância ao pastoreio, adaptação a solos ligeiramente ácidos e com excesso de umidade.
Trevo Branco Zapican
Versátil, adaptando-se a diversos usos.
- Folhas grandes, de porte ereto.
- Floração precoce e abundante.
- Rápido estabelecimento.
- Alta produção hibernal.
- Rápido estabelecimento e excelente produção hibernal.
- Abundante produção de sementes.
- Boa capacidade de adaptação a pastoreios frequentes.
Recomenda-se:
- Em solos de textura média a pesada.
- Densidade de semeadura entre 2 e 4 kg/ha.
- Realizar inoculação com rizóbio específico.
O Trevo-Vermelho (Trifolium pratense L.) tem como principais características a sua alta produtividade e seu grande valor nutritivo, semelhante ao da alfafa, sendo um dos trevos mais cultivados em países de clima temperado. No sul do Brasil, está adaptado a variadas condições de solo e clima, e suas sementes (de maior tamanho) permitem rápido estabelecimento em relação a outras leguminosas.
É uma leguminosa de ciclo bienal, ereta, que alcança até 80 cm de altura. As folhas são trifoliadas, pubescentes e alternas, com uma mancha pálida, em “V” invertido, na parte ventral dos folíolos. Os caules às vezes enraízam nos nós quando em contato com a superfície úmida do solo. O trevo-vermelho é uma planta com caules erguidos ou decumbentes, podendo apresentar raízes adventícias ao lado da raiz pivotante. A raiz pode estender-se a um metro ou mais de profundidade. Possui inflorescência sobre uma ou duas folhas normais com estípulas dilatadas. As inflorescências consistem de um capítulo com numerosas flores cor-de-rosa ou roxas, normalmente 125 flores por inflorescência. A polinização cruzada é realizada com a ajuda de abelhas, que são os principais agentes polinizadores dos trevos. As vagens contêm uma ou duas sementes na cor amarela, marrom ou roxa, medindo cerca de 2 a 3 mm de comprimento.
O Trevo vermelho tem como principais características a alta produtividade e o seu elevado valor nutritivo, semelhante ao da alfafa. Trata-se de uma das espécies de trevo mais cultivadas em países de clima temperado. No sul do Brasil, está adaptado às variadas condições de solo e clima, e suas sementes (de maior tamanho) permitem rápido estabelecimento em relação a outras leguminosas.
É uma planta de clima temperado e subtropical, de ciclo outono-inverno-primavera, decrescendo no verão. Pode apresentar ciclo bienal em situações de chuvas regulares, que se prolonguem durante o verão. Apresenta boa produtividade em solos semi profundos, drenados e de boa fertilidade. Solos argiloarenosos, com razoável teor de matéria orgânica são os mais indicados. Embora menos exigente em P que o trevo branco, não se desenvolvem em solos com baixos níveis deste nutriente. Para uma boa produtividade e nodulação da raiz são exigidos solos com pH na faixa de 6,0 a 7,0 e com baixos teores de Al trocável e Mn.
Os valores nutritivos de um pastagens de trevo-vermelho estão fortemente relacionados com o seu estádio de crescimento, bem como a relação caule/folha, que aumenta com a maturidade do pasto. As concentrações de N, Ca, Mg, Fe, Co, pectina e lignina são geralmente mais elevadas do que nas gramíneas.
Indicado para pastagens de rotação curta.
- Bianual, de porte semiereto.
- Muito boa produção hibernal.
- Produz em todas estações do ano.
- Rápido estabelecimento e recuperação após cada corte.
- Folhas grandes e sem latência no inverno.
- Muito boa adaptação em diferentes condições produtivas.
- Ideal para pastoreios de rotação curta, devido a sua rápida recuperação.
- Bem adaptado a solos de textura média e pesada com boa profundidade.
Recomenda-se:
- Semeadura de outono a primavera.
- Densidade de semeadura entre 6 a 8 kg/ha em pastagens consorciadas.
- Grande resposta a fertilização fosfatada.
- Realizar inoculação com rizóbio específico.
-
Alta produção de forragem durante o outono-inverno.
- Floração precoce
- Adaptado ao pastoreio.
- Porte ereto e ciclo curto.
- Excelente rebrote e produção de talos.
- Recomendado para rotações curtas.
Desenvolvido pelo INIA - Uruguai, trata-se de uma seleção de materiais originários da Nova Zelândia.
Recomenda-se:
- Ideal para pastoreios de rotação curta e sistemas intensivos devido a sua rápida recuperação.
- Bem adaptado para solos de textura média e pesada com boa profundidade.
O sucesso do uso do Cornichão em nossos sistemas de criação se deve a sua alta adaptação e facilidade de manejo do pastoreio. Por possuir taninos condensados que evitam a ocorrência de timpanismo recomenda-se a sua implantação em consorciação com outras leguminosas e gramíneas.
É uma leguminosa perene com baixa exigência de fertilidade, tolera baixos níveis de fósforo, aceita solos ligeiramente ácidos e suporta bem períodos de seca. Apesar destas características, gera melhores resultados em solos corrigidos e com níveis adequados de fertilidade. Pode ser semeada na primavera, sendo mais recomendado realiza-la no início do outono. Para garantir um correto estabelecimento deve-se realizar um manejo cuidadoso no primeiro ano, além de evitar que a pastagem baixe de 7 cm de altura.
Espécies de cornichões:
Lotus corniculatus (Cornichão São Gabriel): Trata-se de uma planta herbácea, perene, glabra, com folhas pinadas compostas de três folíolos apicais digitados e dois basais distanciados, assemelhando-se a estípulas. Possui folíolos sem nervuras visíveis ou com somente a principal aparente. Com inflorescência em umbelas de 4 a 6 flores amarelas, possui vagem linear, cilíndrica, deiscente e bivalva com falsos septos transversais entre as sementes. Tem uma raiz pivotante, o que confere tolerância a estiagens. A sua altura pode variar entre 50 e 80 cm quando não pastejada.
Bastante resistente ao frio, prefere climas de temperado frio a temperado médio, resistindo bem às geadas. É uma espécie perene muito bem adaptada à maioria dos solos e regiões do RS, especialmente nas regiões mais sujeitas a seca. Por essa razão é uma das leguminosas preferenciais para a região da Campanha do RS. Sua tolerância à deficiência hídrica deriva de seu sistema de raízes pivotantes que se aprofunda no solo, buscando água em camadas mais profundas, além de outras características fisiológicas que determinam essa maior tolerância. Embora seja muito utilizado em áreas de várzea bem drenada, adapta-se bem em solos de coxilha. Não tolera sombreamento. Vegeta na primavera/verão e possui alto valor nutritivo, tendo problemas de persistência devido a seu porte ereto, o que o torna sensível ao pisoteio e ao pastejo. É semelhante à alfafa, porém, com menor produção e maior rusticidade.
É uma das poucas leguminosas que não é muito exigente com relação a solos. No entanto, mesmo sendo uma planta rústica, responde à correção de fertilidade, principalmente do fósforo. Dá-se bem em solos arenosos, argilosos, pobres, médios e tolera pH inferior a 6,0, até 4,8. Entretanto, sua produtividade é melhor se forem corrigidos o pH do solo, a drenagem e a fertilidade. O excelente valor nutritivo do cornichão deve-se aos elevados teores de proteína e digestibilidade. Até 24% de proteína bruta e 86% de digestibilidade. Além disso, o cornichão possui taninos condensados, responsáveis pelo aumento de 18% a 25% no aproveitamento de proteína, cujos teores atingem 28% quando em estádio bem jovem. Quando do florescimento os teores se situam entre 15 e 18% e, quando as sementes estão maduras, os teores caem para níveis próximos a 8%. No pleno florescimento a porcentagem de proteína é semelhante à da alfafa e do trevo-vermelho.
Lotus tenuis (Cornichão Larrañagua): De porte prostrado, adapta-se bem em ambientes úmidos, cresce no outono e na primavera, tolera baixas temperaturas e gelo.
Lotus subbiflorus (Cornichão El Rincon): Espécie anual de crescimento hiberno-primaveril. Menos exigente em fertilidade.